terça-feira, 22 de agosto de 2023

Há exatamente 50 anos o Itabaiana conquistava o Campeonato Sergipano nos pênaltis, impedindo o tetra do rival Sergipe

 



Chegamos na última postagem do 'especial' sobre o título do Campeonato Sergipano de 1973. O certame foi decidido em uma 'melhor de três' entre o Tremendão e o seu maior rival, o Club Sportivo Sergipe.

Em 15/08/1973, na primeira partida, realizada no Batistão, o CSS venceu por 1x0, com gol de Cipó.

Em 19/08/1973, no Estádio Presidente Médici, o Tricolor da Serra deu o troco, venceu o time rubro por 2x1, com gols de Tatíca e Duda e forçou a terceira partida. Cipó descontou para o adversário.

O clima estava tenso para a decisão. Lutando para conquistar o tetracampeonato, o Sergipe não aceitava a escalação do árbitro sergipano Francisco de Aguiar Siqueira. Foi designado, então, o árbitro carioca José Marçal Filho. Segundo A Gazeta de Sergipe: "Para o Itabaiana, que nada viu de errada na marcação do Sr. Francisco Siqueira, aceitou a indicação do Sr. José Marçal Filho e somente se interessa pela vitória, que segundo os torcedores serranos, acontecerá com qualquer árbitro."

Os mais de 12 mil torcedores presentes ao Batistão naquela quarta-feira à noite (22/08/1973) presenciaram uma partida emocionante e memorável. 

A Gazeta de Sergipe de 23/08/1973 narrou com com detalhes aquela decisão: "Num jogo em que a emoção foi uma constante do primeiro ao último minuto de partida, a Associação Olímpica de Itabaiana sagrou-se ontem à noite no Batistão, o legítimo e insofismável CAMPEÃO DE FUTEBOL DE 1973. A partida foi talvez a mais emocionante dos últimos tempos e o torcedor sergipano ganhou o presente de uma extraordinária apresentação dos dois clubes, com os vinte e dois atletas e o árbitro José Marçal fazendo coisas impressionantes que somente vieram dignificar o futebol do nosso Estado. O Itabaiana já merecia um título como o de ontem, pela sua fibra, pela sua organização e acima de tudo pelo seu bom futebol. O jogador Assis foi a apoteose da noite. Defendeu, atacou e assinalou o gol de empate de maneira sensacional. O primeiro tempo de partida apresentou o Itabaiana com um ligeiro predomínio sobre o Sergipe e aos cinco minutos surgiu o primeiro ataque perigoso, com Forzinho chutando rente à trave. Aos vinte, novamente o Itabaiana esteve a pique de marcar, com o jogador Duda chutando mal, com o gol escancarado, já que Forzinho havia passado por dois. O Sergipe teve também chances nesta fase, mas o escore terminou mesmo em branco. No segundo tempo, o Sergipe começou melhor e logo aos cinco minutos, num lance entre Leal e a defensiva do Itabaiana, a bola sobrou para Rinaldo, que de maneira bonita chutou no cantinho de Walter. A alegria rubra durou pouco, pois aos 17 minutos, depois de uma cobrança de falta por Forzinho, a defensiva rubra ficou parada e Assis entrou livre para cabecear sem chances para Carioca, que foi outra figura, empatando a partida. PRORROGAÇÃO - O Itabaiana jogou melhor nos noventa minutos, mas a saída de Totoca, entrando Liosmar em seu lugar, e também saindo logo depois, após uma contusão, desnorteou um pouco o Tremendão da Serra e o Sergipe fez valor o seu bom preparo físico, tendo perdido algumas oportunidades de gol. Os ataques se sucediam e o perigo rondava os dois goleiros em contra ataques rápidos e sucessivos. O juiz José Marçal Filho teve uma atuação simplesmente gigantesca e o seu esforço foi recompensado pelo comportamento dos atletas em campo, que souberam com galhardia levar o jogo até o fim. PÊNALTYS - Terminando a partida e a prorrogação com o empate em branco houve a série de cinco penalidades máximas e o Itabaiana foi o primeiro a cobrar, com Assis perdendo logo a primeira bola, mas Gustinho, Tatíca, Messias e Duda souberam com classe faturar o arco de Carioca, que defendeu apenas o primeiro. Para a cobrança pelo Sergipe foram chamados Evangelista, Zé Maria, Duda, Pinga e Wellington, quando mais uma vez não tiveram sorte necessária para este tipo de decisão. Evangelista bateu e Walter defendeu e Zé Maria jogou infantilmente a pelota para fora. ARBITRAGEM E RENDA - O Itabaiana foi com todos os méritos e merecidamente o campeão sergipano de 1973. O juiz foi o Sr. José Marçal Filho, com uma linda atuação, auxiliado por Aloísio Santos e Antônio Goes. A renda ultrapassou as expectativas e os Cr$ 76.994,00 fizeram jus ao grande espetáculo de futebol de ontem no Batistão."

O Tricolor, comandado pelo técnico Juan Celly, foi campeão com Valter, Sinvaldo, Humberto, Assis e Messias; Gustinho, Totoca (Liosmar) (Alemão) e Tatíca; Forzinho, Horácio e Duda.

O Sergipe, comandado por Dequinha, perdeu a oportunidade de ser tetracampeão com Carioca, Dogival, Zé Raimundo, Wellington e Pinga; Osmário, Evangelista e Zé Maria; Rinaldo, Cipó e Leal (Duda).

Duda, o Canhão da Barra (José Américo de Oliveira), do Itabaiana, foi o artilheiro do Campeonato Sergipano de 1973, com 17 gols em 25 jogos.

domingo, 20 de agosto de 2023

Há 50 anos o Tremendão vencia o Sergipe e forçava terceira partida para decidir o Estadual de 1973

 



Trouxemos na postagem anterior a primeira partida da decisão do Campeonato Sergipano de 1973. Em 15/08/73, embora o Itabaiana tivesse jogado melhor, a vitória coube ao Sergipe, pelo placar mínimo, no Batistão.

A segunda partida da finalíssima foi realizada no Estádio Presidente Médici, em 19/08/1973. Caso o time vermelho vencesse a partida, conquistaria o tetracampeonato. E pareceu que ele viria, quando Cipó, sempre ele, abriu o placar logo aos 10 minutos de jogo. Segundo A Gazeta de Sergipe de 21/08/73: "Eram decorridos dez minutos, quando Rinaldo bateu toda a defensiva do Itabaiana e cedeu a Cipó, que mesmo recebendo falta de Humberto finalizou para o fundo das redes, abrindo o marcador."

Mas não era fácil vencer o Tremendão em Itabaiana. A reação tricolor veio no segundo tempo. Coube ao craque lagartense Tatíca empatar a partida: "Eram decorridos 19 minutos, quando Tatíca, cobrando uma falta intermediária, empatava o jogo, fazendo a torcida vibrar." Duda, o Canhão da Barra, artilheiro da competição, virou o jogo: "Dez minutos depois, numa bola alta, Totoca empurrava Osmário, tirando-o da jogada, sobrando a bola para Duda, que marcava o segundo gol da Olímpica de Itabaiana e que daria a vitória do Tremendão da Serra, fazendo com que nova partida seja jogada amanhã."

O Ita, do técnico argentino Juan Celly, venceu com Valter, Sinvaldo, Humberto, Assis e Messias; Gustinho, Liosmar (Totoca) e Tatica; Forzinho, Duda e Horácio. O rival, comandado por Dequinha, foi derrotado com Carioca, Dogival, Zé Raimundo, Wellington e Pinga; Osmário, Evangelista e Zé Maria; Rinaldo (Fernando), Cipó (Duda) e Leal

A decisão ficaria mesmo para a terceira partida. Contaremos esta história na próxima terça-feira, nos exatos 50 anos da conquista do segundo título estadual do Tremendão da Serra.

terça-feira, 15 de agosto de 2023

Há exatos 50 anos iniciava-se a decisão do Campeonato Sergipano de 1973

 



Em 15 de agosto de 1973, tinha início a decisão do certame estadual daquela temporada. Classificados para a final, Itabaiana e o tricampeão Sergipe fariam uma melhor de três para ver quem ficaria com o troféu.
A primeira partida foi realizada no Batistão, em 15/08/1973, uma quarta-feira à noite. Com cerca 10 mil torcedores presentes, o time vermelho levou a melhor, apesar do domínio tricolor. A boa exibição do Tremendão era um prenúncio do que aconteceria oito dias depois: o título serrano.
Segundo A Gazeta de Sergipe: "Numa partida que rendeu a importância de Cr 39.361,00, com oito mil quatrocentos e vinte e dois pagantes, Sergipe e Itabaiana fizeram ontem à noite no Batistão uma partida das mais emocionantes, principalmente após o gol do Sergipe, quando o time rubro recuou bastante, permitindo o avanço em massa do Itabaiana. As galeras vibraram do minuto inicial até o momento em que o árbitro Francisco de Aguiar Siqueira levantou os braços dando por encerrada a partida. A renda foi considerada até certo ponto fraca, isto porque ambas as equipes são detentoras de grandes torcidas e a responsabilidade do espetáculo exigia muito mais. PRIMEIRO TEMPO REGULAR - O primeiro ataque real da partida somente aconteceu aos 21 minutos, quando Horácio escapou livre e não fosse a saída magistral de Carioca, que foi sem dúvida o dono do espetáculo com defesas portentosas, o gol poderia sair naquele minuto. Aos vinte e cinco, Leal bateu uma falta na ponta esquerda e a bola enganou a Walter, batendo no travessão, sendo o primeiro perigo de gol da partida. O mesmo Leal ainda chutou uma bola no poste, aos 42 minutos. Itabaiana e Sergipe nesta fase foram semelhantes, com o jogo sendo quase que limitado ao meio de campo, o que tirou o brilho das torcidas. VITÓRIA E DOMÍNIO - A vitória foi do Sergipe, mas o domínio mesmo foi do Itabaiana. Aos 4 minutos, Zé Maria num lançamento espetacular colocou Cipó em condições e este num lindo chute, venceu ao goleiro Walter, que quis enfeitar e a bola entrou no barbante depois da defesa parcial. Após o gol, o Sergipe esboçou ainda alguns ataques, mas o Itabaiana fez pressão e foi ao ataque, perdendo algumas chances, principalmente aos 30 e 33 minutos, quando Gustinho e Duda deixaram passar o gol de empate. Carioca fechava o gol e Zé Raimundo saiu aos 20 minutos com uma contusão na cabeça, entrando Ruy em seu lugar. O Sergipe recuou e daí para a frente só deu Itabaiana, acuando o adversário em busca do gol que não veio. No fim do jogo, Wellington salvou em cima da linha e Carioca aos 43 fez linda defesa para corner. EQUIPES E ÁRBITROS - O Sergipe venceu com Carioca, Dogival, Zé Raimundo (Ruy), Wellington e Pinga; Osmário, Evangelista e Zé Maria; Rinaldo, Cipó e Leal (Fernando). O Itabaiana foi de: Walter, Sinvaldo, Humberto, Assis e Messias; Gustinho e Tatíca; Gorzinho, Duda, Horácio e Liosmar. O árbitro da partida foi o Sr. Francisco de Aguiar Siqueira, auxiliado por Aloísio Santos e Antônio Vieira de Goes, todos com excelentes atuações".
As equipes voltaram a se encontrar no domingo seguinte, em 19/08/1973, no Estádio Presidente Médici, para a segunda partida da finalíssima. Mas este episódio abordaremos no próximo sábado...